São João da Madeira

Foste chamado para Glória de Deus - I Coríntios 1:16-30

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Objetivo geral: Evangelismo/ Consagração
Objectivo específico: Apelar a uma entrega ao Senhor
Texto: I Coríntios 1:16-30

Foste chamado para Glória de Deus
INTRODUÇÃO
A maioria de nós provavelmente já tivemos a experiência, de sermos humilhados depois de pensarmos que eramos os maiores, os “bons” que tínhamos as respostas para todos os problemas do mundo. Andávamos que nem pavões, quando de repente alguém nos arrancou a crista. Talvez na escola, no serviço, no ministério, talvez na própria família, talvez nas finanças. É bom lembrarmos de onde vimos, e o que Deus fez para nos trazer até aqui, se não, o Senhor talvez terá que nos tirar um pouco de ar da nossa arrogância.
Abramos as nossas Bíblias em I Coríntios 1:26-31
A igreja de Coríntios tinha sido bem fundada. Paulo afirma que tinham sido enriquecidos por Cristo em toda a Palavra e conhecimento e que já tinham dados bom testemunho. (I Coríntios 1:4-7) Alguns servos fiéis como Apolo haviam ministrado nessa igreja, no entanto, com o passar do tempo, a igreja que tinha Cristo como o seu centro, passou a desviar-se e a valorizar e a glorificar mais a sabedoria do homem do que o Senhor. Esse facto fez com que começassem aceitar todas as coisas e que os seus membros perdessem a noção de que Deus os chamou não por aquilo que eram, mas por aquilo que não eram.
O pastor David Merckh escreveu o seguinte:
Uma igreja focalizada em Cristo tem MUITO espaço para os “menos” para que Jesus seja “mais.” (A Seleção do Céu convoca os “menos” para envergonhar os “mais” e dar maior glória a Deus.)…
Paulo depois de ter centralizado o evangelho na Cruz de Cristo, (I Coríntios 1:18-23) que era algo louco para os sábios gregos, que não percebiam como é que um Deus podia morrer na Cruz pelos homens, apela aos seus amados para olharem com atenção, focalizar a sua mente para a maneira como foram chamados e salvos.
De uma forma enfática “ Reparai” Paulo leva-nos a refletir para o facto de que Deus: 
  1. Não nos chama e salva pelo que temos. ( I Coríntios 1:26-28)
Paulo estava consciente de que os membros da igreja de Coríntios sabiam de que tinham sido salvos por Deus, não porque eram sábios, ou pessoas poderosas, mas porque o Senhor os amou ao ponto de ter ido à Cruz por eles. A mensagem da Cruz, que Paulo considerava sabedoria de Deus, era vista pelos sábios gregos, como algo ilógico. Deus fazer-se homem para morrer pelo homem?!!! Isso era algo inconcebível para a cultura grega. Por isso Paulo lembra-lhes de que não fora a sabedoria deles, nem os seus poderes, nem muito menos as suas posições sociais que levaram a que Cristo tivesse morrido na Cruz por eles, e os tivesse chamado.
A chamada deles não devia por isso estar centrada naquilo que eles tinham. Eles até podiam ser os homens mais sábios do mundo, ser os mais poderosos, ou ter nascido num berço de ouro, que nada disso os levaria à presença de Deus. A única coisa que leva o homem à presença do Senhor é Jesus Cristo e o seu amor. (João 14:6, I Coríntios 13:1-3)
Em nenhum lado o Senhor afirma que nos chama por aquilo que temos. Ele nos chama independentemente das nossas poses, porque nos ama e quer ser glorificado.
Quantos líderes e crentes fracassam na vida, por confiar mais na sabedoria, no poder e estatuto social dos homens. Se pensamos que somos chamados por Deus devido às nossas capacidades estamos a caminhar para um fracasso.
A sabedoria e o poder que são eternos vêm do Senhor. Deus não está interessado na tua sabedoria, ou no teu poder. O que Ele quer é a tua vida, que aos olhos de muitos pode não valer nada, mas para Cristo é tudo.
Jesus morreu na Cruz, para te dar vida e sabedoria, Ele não morreu na Cruz para que tu Lhe desses a sabedoria. Aquilo que nós sabemos, as nossas posses não vale nada, comparado aquilo que Deus nos dá. A nossa chamada não é pelo que temos, mas sim pelo que não tínhamos que era o amor de Deus, por isso:
  1. A nossa chamada é para sermos Dele. (I Coríntios 1:30)
Ao aceitarmos a Cristo entregamos o controlo da nossa vida a Ele. A partir desse momento deixamos a velha vida centrada em nós para adquirimos uma nova vida centrada em Cristo. (II Coríntios 5:17)
Os membros de Coríntio tinham esquecido esse facto. Eles estavam tão focalizados nas suas capacidades intelectuais, em valorizar mais os argumentos filosóficos, de que em pregar a verdadeira doutrina da Cruz de Cristo. Passaram a viver somente para eles e com isso a igreja deixou de lado completamente o evangelho de Jesus.
Nós recebemos a chamada do Senhor, não para vivermos ao nosso belo prazer, mas para sermos Dele. O sacrifício de Jesus na Cruz do calvário foi para que passássemos a ser de Deus e assim viver conforme a Sua vontade. Em Cristo a nossa vida passa a ser do Senhor. Paulo afirmou exatamente isso quando afirmou:
Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” Gálatas 2:20
O homem que não percebe que a Cruz significa a renúncia da sua vida, continuará a viver de uma maneira fútil e sem sentido, agarrado às coisas carnais que passam.
O desejo de Deus é que as nossas atitudes mostrem que Ele está no controlo da nossa vida. Tudo o que fizermos deve ser de acordo com a vontade de Deus e não com a nossa vontade. Por isso Paulo afirma que:

  1. A chamada é para a Glória de Deus. (I Coríntios 1:31)
Os crentes de Coríntios estavam a utilizar a igreja para sua própria exaltação. Pregar era uma oportunidade das pessoas mostrarem os seus conhecimentos filosóficos. As pessoas levantavam-se não para anunciar o evangelho, mas sim vangloriar a sua sabedoria e com isso lucrarem. Muitos até estavam mais preocupados com o lucro financeiro que podiam obter da igreja do que com a transformação de corações. Alguns misturavam o paganismo com o cristianismo. A preocupação da igreja deixou de ser a adoração e exaltação de Deus. Esse facto estava a provocar divisões e contendas dentro da igreja.
Citando parte do texte de Jeremias 9:23-24:
Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em entender, e em me conhecer, que eu sou o Senhor, que faço benevolência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor.
Paulo lembra que Deus nos chamou e escolheu para transmitirmos a sabedoria, justiça, a santificação e a redenção, a fim de que o Senhor fosse glorificado, adorado e não para a glorificação de nenhum outro.
O Senhor não pode ser adorado por aqueles que se coloquem acima Dele, que se afirmem como crentes, mas que tudo o que fazem e dizem está centrado nas suas capacidades.
Vejam que é isso o que acontece hoje em dia em muitas igrejas ditas cristãs. Muitos falam mais das suas capacidades e poderes do que naquilo que Cristo fez pelo homem perdido. Estão mais preocupados com os milagres que fazem, em expulsar demónios, em ser exaltado do que em glorificar verdadeiramente o Senhor que morreu na Cruz e ressuscitou.
A essas pessoas devemos lembrar as palavras de Jesus
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade. “ Mateus 7:21-23
A missão da igreja é a glorificação de Deus e não do homem. A nossa glória não está em nós mas sim no Senhor. O centro da igreja não pode estar em nenhum homem, por mais sábio que seja, mas sim no Senhor Jesus Cristo, afinal nenhum outro morreu e ressuscitou para nós.


CONCLUSÃO
Uma empresa quando procura alguém para trabalhar verifica as capacidades dessa pessoa. Geralmente busca no curriculum da pessoa as habilidades para a função a desempenhar, as suas capacidades intelectuais, a sua postura e por vezes o seu estatuto social.
O que o mundo valoriza é sabedoria, o estudo social e o poder económico e financeiro das pessoas. Mas o que Deus procura não é nada disso. O Senhor nos chama, não por aquilo que temos ou somos, mas por aquilo que ele pode ser em nós, afim que somente Ele seja glorificado.
David Merkh afirma o seguinte:
Quanto mais fraco a equipa, maior a glória do técnico—SE ganhar! Nunca diga, “Sou pequeno demais para ser usado por Deus . Se assim pensa então é o tipo de pessoa que Deus quer usar e será um troféu da graça dEle! . Ninguém é pequeno demais para ser usado por Deus, mas pode ser grande demais.
Tu és importante para Jesus, não pelo que sabes, ou deixas de saber, mas pelo amor Dele. Muitos podem olhar para ti e te desvalorizar, afirmar que não és capaz de nada, que não tens força. Tens perceber que o mundo pode até considerar-te louco sem capacidade, mas foi para ti que Cristo morreu, para envergonhar aqueles que se consideram sábios, mas que por dentro estão vazios. O que tens é que confiar em Cristo. Nós que somos fracos e loucos, podemos todas as coisas.
“Posso todas as coisas naquele que me fortalece.” (Filipenses 4:13)
Finalmente “Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.” (I Coríntios 1:31) não pelas capacidades, sabedoria que possam ter, mas sim pelo facto de Jesus morrido em nosso lugar demonstrando o seu amor por nós (Romanos 5:8) e nos ter chamado quando não o merecíamos, tudo isso para ser glorificado.

Pr. Alexandre Glória 

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